quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Renault Lisbon Road Show - o relato na primeira pessoa


Meus amigos e amigas,

O Renault Road Show, foi fabuloso. Querem saber porquê? Então encostem-se na cadeira e roubem lá uns minutitos ao vosso trabalho, garanto-vos que vai valer a pena.

Estava um dia de sonho e o ambiente era de eleição.
Cheguei às 12h30 à tenda VIP da Renault, instalada na Praça dos Restauradores.
Fui impecavelmente recebido por todos, em particular pela Patrícia Delgado, Relações Públicas da Sporttv.
Eram 13h30 e entre espetadinhas de carne com mel e saladas de rúcula com queijo mozzarela, já um responsável desportivo da Renault Portugal me dizia:

“Não coma mais. Habitualmente estes baptismos de pista duram 2 a 3 minutos. Vocês vão fazer um “passeio” de 15 a 20 minutos. Subir a avenida, peões, donuts, drifts, rotunda do marquês, descer a 220-230 km/h.. e isto repetir-se-á umas vezes… até que no final vêm cá abaixo aos Restauradores escoltar o carro de Fórmula Um. Já enjoou alguma vez ?
R: “não, nem em pequenino. 15 a 20 minutos? Granda loucura… posso levar a máquina de filmar?”
Resposta óbvia e compreensível: “Não pode ser, por alguma razão poderia largar a máquina… não podemos permitir”. :-(


Chegada a hora, depois da parada, recebo um novo briefing… ao lado dos carros. Assisto a uma rápida mudança de pneus… deliciado a ver estas movimentações a escassos metros de mim.
Quando entrei dentro do carro, a temperatura era BRUTAL. O motor no lugar dos bancos traseiros, mesmo a baixa rotação, roncava que nem uma fera adormecida.
Mal me sentei, amarraram-me com tamanha força que nem conseguia encher o peito de ar. “Cum caneco, pensei eu, devem estar com medo que eu fuja daqui para fora!”

Claramente aquilo não era carro pensado para levar pendura… mal tinha sitio onde pôr os pés.
Entre tubos e fios, lá encostei os pezitos… a uma bateria :-)
Seguiu-se uma pequena espera… olhei para o volante, em camurça, fabuloso, com os shifters estilo Ferrari F430.
Consola central cheia de botões e switches.

Um enorme écran LCD estava por trás do volante… se existiam manómetros, já não me lembro… Aquilo era uma espécie de écran de laptop, mas mais pequeno, com alta resolução.
Uma janela vermelha (Windows-style) dizia “WARNING: WATER TEMPERATURE HIGH – 67ºC”

O piloto desligou o carro. É que, estes carros são feitos para andar rápido, refrigerados a ar… Não gostam particularmente de filas trânsito (pena, lá se vai a minha preferência como primeiro carro ).
Instantes depois, já era a sério, tínhamos ordem de marcha. “Start your engines.”.

O simples engrenar da primeira pareceu-me meter o carro em andamento, sem aceleração nenhuma.
Dava a ideia que para permanecer parado, só com o pé no travão… Eram 320 cavalos a pedirem liberdade…. E urgente.

Pedais? Haviam os 3 normais, mas habitualmente não existe embraiagem. Foi-me explicado que a embraiagem foi montada apenas para este evento, para facilitar os peões e alguns burn-outs.

No arranque a partir da Praça dos Restauradores, o piloto tinha o pé esquerdo encostado no travão e o direito a meio gás no acelerador…. Assim sim, meus amigos, estamos a falar de pilotos à séria.
Eu tb travo com o pé esquerdo no meu simulador lá de casa… mas na estrada, no meio de 100.000 pessoas, é outra conversa… É preciso saber muito bem o que se está a fazer.

1ª, 2ª, 3ª… LINDO, o roncar do motor… mas claramente não íamos a fundo.
Volta de reconhecimento e depois, começou o espectáculo… Peões, donuts, piruetas, ligeiros drifts… muito cheiro a borracha, muita fumarada… mas sempre uma enorme tranquilidade.
O piloto estava completamente seguro do que estava a fazer, e via-se que aquilo estava treinado ao milímetro para nada correr mal.

Na verdade, não estávamos a correr riscos nenhuns, os peões eram feitos depois de desacelerar e engrenar a primeira mudança.
Mesmo a rotunda do marquês foi feita em derrapagem controlada… o que não chega a ser considerado … um drifting.
Garanto-vos, sem querer parecer imodesto, não senti medo nenhum. E, logicamente, em caso de acidente, as consequências seriam mais perigosas para o público do que para mim.

Lembro-me de uma fabulosa descida, que roçou os 220-230 km/h, em que, aí sim, o carro claramente VOAVA por cima das irregularidades do alcatrão da Av. Da Liberdade.
Àquela velocidade, parecia que a Avenida media 20 cms de largura, e as árvores tendiam a mergulhar para o meio da estrada…

Uns 15 minutos depois, eis que chegámos ao momento alto e mais esperado:
Parámos nos Restauradores. O público estava ao rubro… é que já se ouvia o Fórmula Um.
Para mim, estes foram os minutos mais fabulosos e “poéticos” do espectáculo:
Ver “escapar” o F1…. sentir o “desespero” de um Renault Megane Trophy… a fundo….. a tentar acompanhar o BRUTAL Renault F1 pilotado por Lucas di Grassi…. E a perder terreno!!! :-)

Foi uma sensação linda, subir e descer a Avenida a escoltar o carro de Fórmula Um, poder observá-lo de vários ângulos, ver os pneus, o brilho da fibra de carbono, o comportamento da suspensão, sentir a ressonância do motor, tudo isso enquanto rolava uns metros atrás.

Poucos portugueses devem ter tido esta sorte na vida, poder circular ao lado de um Fórmula Um… por isso, agradeço sinceramente à SPORTV e à RENAULT a fabulosa oportunidade que me deram.

Obrigado meus amigos, dias destes, contem comigo! :-)

Se quiserem ver o meu vídeo (não editado), ele está aqui.
ps- talvez faça uma montagem mais bonitinha em breve.

E eis uma transcrição do Público da passada 2ª feira:
«… Dentro dos dois Renault Megane Coupé, que acompanham a primeira volta do monolugar de Fórmula 1, seguem Carlos Vasconcelos e Luís Faro, que ganharam num concurso o direito a sentir no corpo as emoções fortes de ir no lugar do pendura a acelerar Avenida da Liberdade acima. Concluída a volta, com direito a piões e acenos para o público, e já de copo de cerveja na mão, difícil é arranjar palavras para descrever a emoção: "Imagine jogar Playstation numa montanha-russa", explica Carlos Vasconcelos.
A melhor parte foi o arranque para a Avenida, "quando senti os murros nas costas e o motor a cantar", conta Carlos Vasconcelos que argumenta que pela estabilidade do carro, "nunca sentiu que estivesse em perigo" e chegou mesmo a pedir "Dá-lhe gás!" ao piloto.
"Nunca imaginei que ia estar a subir a Avenida da Liberdade a 200 quilómetros por hora com a polícia a tirar-me fotografias. E não era para o radar!", conta Luís Faro de sorriso triunfante.»