quinta-feira, 6 de março de 2008

O Francis Obikwelu, no seu melhor sprint, numa maratona de octogenários...

Algumas das mais temíveis figuras do nosso imaginário, como o Adamastor, ficaram na história pelo seu sopro ciclónico que aterrorizava os inimigos. O motor de seis cilindros opostos, sobrealimentado por dois turbos, do novo Porsche 911 Turbo Cabrio também não grita, como as meninas. Pelo contrário, enche-se como se quisesse aspirar todo o ar do mundo e cospe-o pelos escapes como um maçarico gigante.

Sem capota, as sensações duplicam de intensidade porque quando está aberto parece que os escapes passam pelos encostos de cabeça e o esmagar das costas contra o banco a cada aceleração ganham uma vertente tridimensional ao serem acompanhadas pela mais poderosa massagem capilar.

O pacote SPORT CHRONO, accionado pelo botão Sport, inclui uma função "overboost" dos turbos o que significa que a electrónica do motor aumenta a pressão em 0,2 bar sempre que o acelerador é esmagado entre as 2100 rpm e as 4000 rpm. São mais 60 Nm de binário por um período máximo de dez segundos. O manómetro no painel digital é acompanhado por uma pequena seta que anuncia a energia extra como se dissesse "isto é o máximo que tenho para dar". E é muito!

É colossal, quase ao ponto de exigir esforço físico para manter a consciência mínima numa estrada mais estreita. Mais do que suficiente para que o acompanhante interrompa o diálogo com meia dúzia de sons estranhos. Numa via com algum trânsito, quando o 911 começa a encher o peito por volta das 1600 rpm e "rebenta" de energia às 2100 rpm, os carros que nos rodeiam passam para modo "slow motion", como se fossemos o Francis Obikwelu a tentar fazer o melhor sprint de sempre no meio de uma maratona de octogenários.

Fantástico... está aqui o resto:

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